1. Home
  2. Notícias
  3. Geral
Geral

Satélites vão ajudar a antecipar epidemias


Publicado em: 12/07/2006 09:59 | Categoria: Geral

 



A malária, as diferentes formas de meningite, as doenças bacterianas como a cólera ou as febres hemorrágicas transmitidas por mosquitos ameaçam ''uma população de 3,5 bilhões de indivíduos, deixam 3 milhões de mortos por ano e matam entre 15 e 20 milhões de cabeças de gado'', destacou. Isto representa um impacto muito forte tanto para as sociedades humanas quanto para a economia dos países cujo gado é exterminado. 

Daí a idéia, surgida em 1988 na França, de explorar a riqueza dos dados coletados pelos satélites para prevenir estas pragas. ''Vamos agregar à informação de epidemiologia clássica dados de imagens de satélite sobre vegetação, chuva, temperaturas superficiais do oceano, correntes, nuvens, formas das nuvens, transporte de poeira, etc.'', disse Guell. 

Cruzados, analisados, testados em várias temporadas, estes dados ''permitem determinar mais precisamente a probabilidade de que uma epidemia se desate e se desloque de um lugar para outro'', informou o encarregado do CNES. Os resultados destes estudos estarão nas publicações científicas a serem divulgadas durante o ano. 

''Chega-se a estabelecer mapas de zonas de risco (de concentração de mosquitos vetores de febres hemorrágicas, por exemplo) em função do mês do ano, com 500 metros de margem de erro!'', entusiasmou-se Guell. ''Pode-se dizer aos fazendeiros do Senegal que levem seus animais para pastar perto de uma determinada área alagada ao invés de outra'', explicou. 

A antecipação do fenômeno é mais complexa do que parece. Os mosquitos põem mais ou menos ovos de acordo com o grau de acidez da água. Esta depende da contaminação, por sua vez em função da quantidade de chuva. 

As chuvas estão ligadas à densidade e à natureza das nuvens durante a estação úmida e esta ''nebulosidade depende da temperatura dos oceanos três ou quatro meses antes'', disse Guell. 

Para prevenir epidemias de meningite (graças aos antibióticos), os satélites meteorológicos também se colocaram às ordens. A intenção é conhecer as circunstâncias que vão ''fragilizar as mucosas, a garganta, o nariz, os olhos, isto é, o vento e o pó'', informou. 

Os fenômenos de temperatura do mar e das correntes, por sua vez, ''determinam o desenvolvimento do plâncton, e portanto o despertar de certas bactérias, como o bacilo do cólera. Se, além disso, há aumento das águas nos deltas dos rios, pode haver infestações que se propaguem muito rápido''. 

Há redes de colaboração com o CNES instaladas em Senegal, Burkina Faso, Níger (febres hemorrágicas e meningite). Outra foi lançada há um mês no Mediterrâneo (países do Magreb, Itália e França), sobre o cólera. Na América do Sul, uma rede de prevenção do dengue funciona na Guiana e na Argentina e vai se estender para o Chile e para o México. 

E um acordo bilateral com a China prevê um acompanhamento das aves migratórias para estudar seu papel na transmissão do temido vírus H5N1 da gripe das aves, ''em correspondência com as condições ambientais e climáticas''.


Fonte: Folha de Londrina e Isabel Parenthoen (France Presse)

 

Galeria

Voltar
Top