Os irlandeses atacam esse prazo dado pela Comissão Européia, alegando que isso permitirá que a carne brasileira entre por mais de seis meses no mercado europeu sem qualquer garantia de qualidade. O Ministério da Agricultura da Irlanda, diante da decisão da Comissão Européia, optou por enviar seus próprios veterinários ao País. Segundo o porta-voz da Comissão Européia, Phillip Todd, a Irlanda tem o direito de tomar essas medidas e fazer essas visitas. Mas não pode, isoladamente, impor qualquer embargo ao comércio da carne brasileira.

"Dissemos à delegação que veio nos visitar que esperaríamos mais detalhes sobre essas provas e que iríamos avaliá-las", afirmou Todd. Os irlandeses teriam visitado uma série de fazendas e chegado à conclusão de que os problemas fitossanitários eram "graves". Além disso, constataram que o sistema de rastreabilidade implementado pelo Brasil ainda não está adequado às exigências européias.

O mercado europeu é o hoje o principal destino da carne bovina brasileira. Em 2006, por exemplo, os europeus compraram quase US$ 1 bilhão em carne exportada pelo País, volume que vem assustando os produtores locais. Para diplomatas brasileiros na Europa, a pressão dos irlandeses se explica muito mais por causa da tentativa de frear a concorrência nacional que uma verdadeira preocupação com a saúde dos consumidores europeus.

Fonte: Estadão