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Gene humano faz ratos enxergarem em cores


Publicado em: 26/03/2007 08:59 | Categoria: Geral

 



Camundongos normais têm visão bicromática, enquanto a do ser humano e de outros primatas é tricromática. Isso significa que os roedores só enxergam a luz na faixa verde e azul do espectro.

Já os primatas conseguem ver bem mais cores, o que lhes facilitou ao longo da evolução distinguir entre frutas verdes e maduras, avermelhadas. Há mesmo cientistas que sugerem que a cor das frutas maduras tenha ficado mais vermelha para acompanhar a visão primata, num processo de coevolução.

Para ter a visão tricromática, as retinas de humanos e macacos precisam ter receptores de luz, pigmentos capazes de absorver comprimentos de onda curtos, médios e longos -respectivamente, azuis, verdes e vermelhos. Outros mamíferos se contentam com os curtos e médios, sem ter a capacidade de ver tons avermelhados.

Os camundongos transgênicos receberam um gene humano para produzir o terceiro pigmento que faltava para enxergarem o calção do Mickey.

O experimento foi liderado por Gerald H. Jacobs, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara. Está publicado na edição de hoje da revista científica americana "Science".

Depois de criado o animal com o gene extra, foi preciso saber se isso produziria efeito na visão real. Não bastaria produzir o pigmento. Seria fundamental que o cérebro dos roedores "aprendesse" a enxergar em tricromia.

Para testar isso, foram feitos testes tradicionais com luzes coloridas. O camundongo que escolhesse a luz certa receberia uma guloseima de recompensa.

Deu certo: os bichos modificados pela engenharia genética escolhiam a luz certa em 80% dos testes. Já os camundongos comuns só conseguiam acertar um terço das vezes, o resultado esperado em termos estatísticos - o mesmo de um vestibulando que chutasse todas as questões de uma prova de múltipla escolha.

"Estamos vendo nesses camundongos o mesmo evento evolutivo que aconteceu em um dos ancestrais distantes dos primatas e levou à visão tricromática de que hoje nós gozamos", disse Nathans ao jornal inglês "The Independent".

Fonte: Folha de São Paulo 

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