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Sanidade animal e regionalização


Publicado em: 17/01/2007 09:34 | Categoria: Geral

 


O bloco joga pesado quando se trata de proteger o seu mercado e desqualificar a nossa produção. A competitividade brasileira incomoda. Em razão disso 2007 será emblemático para a avicultura comercial brasileira. O ano que passou foi uma espécie de preparação para a grande partida que inclui a regionalização da atividade produtiva brasileira. Ao longo de 2006, o governo lançou o Plano Nacional de Prevenção à Influenza Aviária e de Controle da Doença de Newcastle.

O documento foi elaborado em parceria com a iniciativa privada, e não há dúvidas de que ele alçará a sanidade brasileira a um novo patamar. Anos atrás não se imaginava que o País pudesse conhecer tão bem a sua produção avícola. O levantamento das granjas com sua localização geo-rreferenciada e o número de aves criadas por cada uma delas foi uma das primeiras exigências do documento.

Trata-se da base de um programa que prevê vigilância ativa e garante uma ação rápida em momentos de crise. É preciso conhecer para agir. Os Estados estão na fase de fazer a lição de casa para posteriormente pleitear junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a adesão ao plano. Santa Catarina já aderiu formalmente ao plano de prevenção e aguarda a auditoria do Mapa. Rio Grande do Sul e São Paulo estão em processos bem avançados.

O Paraná também reúne condições para aderir em breve. Depois virão Minas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. O plano exige uma estrutura complexa e cara que permitirá um controle rigoroso da produção. Enquanto governos estaduais e federal acertam os ponteiros, a iniciativa privada faz a sua parte reforçando medidas de biosseguridade e planejando, em termos macro, a compartimentalização. Acredita-se que, em decorrência da globalização, o modelo da regionalização da avicultura evoluirá, no médio prazo, para o da compartimentalização, que conta com a simpatia da OIE, entidade mundial de saúde animal.

A medida permitirá que problemas localizados em determinadas propriedades não afetem a exportação das demais regiões. Primeiro haverá a divisão por Estados e, depois, a separação por locais de grande produção. Em 2006 a avicultura comercial brasileira viveu o temor da gripe aviária, que provocou a redução do consumo em alguns mercados, reduzindo num primeiro momento o volume exportado. Mas a atividade terminou o ano numa curva ascendente, aumentando as vendas nos mercados interno e externo.

Nunca uma doença de animais despertou tanto interesse quanto a influenza aviária. A União Brasileira de Avicultura (UBA), em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef), desempenhou um papel importantíssimo de divulgador de informações científicas a fim de trazer para um plano racional o clima de alarmismo que estava em formação. Até agora, o Brasil tem sido beneficiado por não estar na rota de aves migratórias provenientes da Europa, Ásia e África, regiões com registros da doença. Felizmente a influenza aviária continua exótica no País. É importante termos em mente que a avicultura contém o êxodo rural, gera empregos e contribui com a balança comercial do País.

Para que o setor mantenha seu ritmo de expansão é fundamental que o governo reduza impostos, desenvolva uma política de grãos que assegure o preço e garanta o abastecimento e fortaleça o serviço de inspeção federal. Queremos ainda mais. Solicitamos a realização de ampla auditoria nos times de inspeção estadual e municipal a fim de melhorar a qualidade do produto avícola. E uma rede laboratorial oficial ativa, uma vigilância ágil e linhas de crédito compatíveis com a realidade do setor. Sanidade virou palavra-chave no Brasil e no mundo.

Costumamos dizer que a sanidade animal é um patrimônio do País, tão ou mais importante que as reservas de minérios e petróleo. Mantê-la significa preservar o futuro de nossos filhos e netos. A UBA defenderá essa bandeira de maneira insistente em 2007.

Fonte: O Estado de São Paulo

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