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União Européia preocupa exportador de frango


Publicado em: 28/12/2006 08:37 | Categoria: Geral

 


Hoje esses cortes industrializados do Brasil pagam uma tarifa de 10,9% para entrar na União Européia (UE). Não há cota estabelecida, o que isenta o produto de tarifa extracota ou salvaguarda. Também não há cotas - ou tarifa extracota ou salvaguarda - para cortes de frango salgado ou peru industrializado, que hoje encaram tarifas de 15,4% e 8,5%, respectivamente.

Pelo atual sistema europeu, só há cota (7,1 mil toneladas por ano) para as exportações brasileiras de cortes congelados de frango, que estão livres de tarifa intracota mas têm de pagar tarifa extracota de 1.024 euros por tonelada e salvaguarda que varia de 380 a 450 euros por tonelada.

Para esses cortes congelados, não há novidades sobre a mesa de negociações. Para os demais, contudo, a UE já estipulou tarifas extracota e o tamanho das cotas segue em discussão. Segundo já informou o Valor, os europeus já melhoraram suas propostas ao Brasil e acenam com cota de 170.844 toneladas por ano para os cortes de frango salgado, de 64.580 toneladas para o frango industrializado e de 87.340 toneladas para o peru processado.

Em entrevista coletiva concedida nessa quinta-feira (21-09) em São Paulo, Ricardo Gonçalves, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef), voltou a afirmar que de fato a UE melhorou sua proposta para as cotas, mas que o martelo não foi batido. O dirigente lembrou que uma nova rodada de conversações acontecerá na próxima terça-feira, em Genebra.

"De qualquer forma, as novas cotas serão um fator impeditivo para a manutenção do crescimento que vínhamos registrando [antes da queda da demanda provocada pela disseminação da gripe das aves na Ásia e na Europa]. E estamos negociando a melhor forma de monitorar as cotas. Não queremos administrá-las, mas queremos mais transparência para saber se os valores negociados correspondem parcial ou totalmente à cota estabelecida", disse Gonçalves.

O novo balanço das exportações de carne de frango do país apresentado pela Abef justifica a preocupação de seu presidente. Em agosto, os embarques somaram 299.151 toneladas no total, 12,7% mais que em igual mês de 2005, e renderam US$ 339,348 milhões, com um aumento de 0,42%. E o resultado foi garantido pelos embarques de produtos industrializados, que cresceram 37,2% em volume (13.405 toneladas) e 40,7% em valor (US$ 28,84 milhões).

De janeiro a agosto, quando as exportações alcançaram o total de 1,725 milhão de toneladas (8,1% abaixo dos oito primeiros meses de 2005) e renderam US$ 2,009 bilhões (7,8% menos), as vendas de industrializados cresceram 47,8% em volume e 55,9% em valor - para 76.809 toneladas e US$ 171,477 milhões.

Com a queda da demanda na Europa provocado pelo temor dos consumidores com a gripe aviária, os embarques brasileiros para aquele mercado atingiram 355.046 toneladas até agosto, 18,6% menos que no mesmo período de 2005. A receita recuou 9,5%, para US$ 556,243 milhões. Pelo mesmo motivo, os embarques para o Oriente Médio diminuíram 19,4% em volume e valor até agosto - para 449.644 toneladas e US$ 472,81 milhões. Gonçalves ressalvou que em agosto as vendas ao Oriente Médio saltaram 150% em relação a julho, em consequência das festas do Ramadã, mas que esse ritmo já se mostra insustentável.

Com isso, a Abef projeta que o Brasil exportará 2,589 milhões de toneladas de carne de frango no acumulado de 2006, 9% menos que em 2005. As vendas deverão render US$ 3,015 bilhões, uma queda de 14,1%. Mas, apesar da piora, o cenário é melhor que o traçado no mês passado, quando a entidade trabalhava com a expectativa de quedas de 14% em volume e 18% em valor.

Fonte: Valor Econômico

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