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Leite produzido no Paraná está entre os melhores do país


Publicado em: 11/09/2007 09:02 | Categoria: Geral

 



De acordo com dados do último censo do IBGE - Pesquisa de Pecuária Municipal de 2005, informados pelo técnico do Departamento de Economia Rural (Deral), Fábio Mezzadri, o Paraná é o terceiro maior Estado produtor de leite no Brasil, correspondendo a 10,3% da produção nacional. Perde apenas para Minas Gerais (28,1%) e Goiás (10,8%). O próximo censo sai no final deste mês. “Vários projetos são desenvolvidos no Estado durante todo o ano, como acompanhamento da produção leiteira, do gado e comercialização. Todas as atividades visam o aumento da produtividade e da qualidade do leite”, afirma o médico veterinário da Coordenadoria do Leite do Paraná, Lourival Uhli.

“Esse investimento resulta na classificação de que o Paraná é considerado o melhor leite do Brasil em termos médios”, diz o também médico veterinário da Coordenadoria do Leite do Paraná, Francisco Peres Júnior. Segundo ele, a região Nordeste do Estado possui uma das maiores bacias leiteira em termos de quantidade e as cidades da região de Castrolanda, Arapoti e Castro são as melhores em qualidade. “Empresas como Batavo, Danone e Nestlé compram nessas cidades porque o leite vai proporcionar produção de lactos de melhor qualidade”, diz.

Diversas ações visam melhorar ainda mais a qualidade e a produção, como assistência técnica aos criadores prestada pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater); pesquisas tecnológicas feitas pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar); vigilância sanitária pela Secretaria da Agricultura; acompanhamento de mercado pelo Departamento de Economia Rural; além do Crédito Pronaf, realizado em parceria com o Governo Federal, que prevê a concessão de linhas de crédito a criadores; e a Agência Fomento, programa em que o produtor contrai o crédito, que é transformado em equivalência do milho, ou seja, a correção da dívida é feita de acordo com a produção de milho.

De acordo com Francisco, há situações extremas no Estado: qualidade excelente e ruim. “Nessa média, somos o melhor leite do país, mas ainda temos problemas, que vamos sanar com os projetos em desenvolvimento. Essa média tende a melhorar ainda mais”, diz. O técnico explica que existe a chamada Instrução Normativa 51, que estabelece critérios para substâncias do leite, como proteínas, gorduras e lactose. “São parâmetros quantitativos, como as células somáticas, que indicam doenças como infecção nas glândulas mamárias dos animais. Essas doenças influenciam diretamente na produção e na qualidade do leite. Por isso, é necessário o monitoramento, que, agora, é obrigatório em lei federal”, conta.

Francisco explica que a lei da União permite um milhão de células somáticas no animal. Na lei estadual, o limite é de 750 mil, tanto para o programa Leite das Crianças quanto para outro tipo de distribuição, incluindo as exportações. “A legislação do Paraná é mais rigorosa porque temos condições de estabelecer esses parâmetros. Com o Leite das Crianças, os cuidados com ordenha, armazenagem e manuseio são ainda mais rígidos porque se trata de um público mais delicado: crianças pobres de seis a 36 meses recebem o leite. Por isso exigimos mais”, afirma.

O médico veterinário conta que o investimento em qualidade é uma das exigências do governador Roberto Requião desde seu primeiro mandato. “O governador foi ao Canadá para conhecer a técnica de monitoramento e implantá-la no Estado. A idéia começou pelo Leite das Crianças e se expande para todos os produtores. O Governo Estadual subsidia esta análise por enquanto e todo mundo é beneficiado. Nós e os produtores podemos acompanhar a produção, tendo a possibilidade de identificar e resolver os problemas. O consumidor acaba beneficiado porque todos os laticínios são monitorados e assim recebe leite de qualidade”, afirma.

Existem projetos que estão em fase de desenvolvimento, como o de inseminação artificial, que já existiu no Estado e era único no país. Agora, a Secretaria está reativando, mas com algumas mudanças. O enfoque é na organização de pequenos grupos de produtores, chamados condomínios, que serão treinados para fazer a inseminação. “A mão-de-obra é fundamental porque é o diferencial para a qualidade. De nada adianta bons animais, controle sanitário e legislação adequada se não existem pessoas capacitadas para o manejo das técnicas”, afirma Francisco. “Esse é um projeto que vai incrementar a pecuária leiteira”, finaliza.

Lourival conta que, juntamente com a Secretaria Estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a Secretaria da Agricultura busca recursos para apoiar os produtores vinculados ao programa Leite das Crianças visando melhorar a qualidade do leite e a produtividade através de treinamento dos 700 produtores; técnicos de nível superior, como veterinários e agrônomos; e funcionários das indústrias, como técnicos agropecuários e gerentes, para aperfeiçoar gestão, operação de equipamentos e questões sanitárias e ambientais. Também será desenvolvida parceria com a Universidade Federal do Paraná e a Associação Paranaense de Criadores Bovinos da Raça Holandesa para monitorar os rebanhos.

“O monitoramento se dá através da coleta do leite realizada uma vez por mês. A Associação analisa a amostra apontando, por exemplo, a capacidade de produção de cada animal e o intervalo de parto. Esses são fatores essenciais para acompanhar a produtividade e saber como gerir melhor a propriedade”, diz Lourival. Os resultados serão discutidos por grupos de produtores organizados pela Emater, que orienta alimentação, higiene e presta assistência técnica. “A Emater também articula parcerias com outras instituições estaduais, como a Universidade de Londrina e de Maringá, buscando tecnologias para a solução dos problemas encontrados”, afirma.

Lourival conta que a Secretaria da Agricultura vai aportar recursos do Fundo do Paraná, do qual é gestora. Esses recursos já são aplicados em várias áreas, incluindo o leite. “Serão R$ 7,5 milhões aplicados na geração e difusão de tecnologia para melhorar a qualidade do leite”. E completa: “Desde 2003 desenvolvemos um trabalho de acompanhamento com alguns produtores e lacticínios que distribuem o leite para as crianças. Se já estamos fazendo um bom trabalho com a distribuição, queremos fazer um bom trabalho na questão da qualidade”.

De acordo com Fábio Mezzadri, houve crescimento das exportações de leite pelo Paraná. No primeiro semestre de 2007, foram 2,079 mil toneladas contra 1.757 mil toneladas em 2006. Isso significa um ganho de 6,04 milhões de dólares em 2007 contra 4,72 milhões no ano de 2006. As exportações são destinadas principalmente para Europa, África, China, Índia e países da América Latina.

“Na Europa, por exemplo, pagava-se R$ 2.500 mil dólares por tonelada de leite em pó no ano de 2006. Este ano houve crescimento de 50%, chegando a R$ 5 mil dólares a tonelada”, exemplifica Mezzadri. De acordo com o técnico, o resultado desse crescimento influencia no ganho dos produtores, que saltou de R$0,45 em julho de 2006 para R$0,62 no mesmo período de 2007, um aumento de 38%.

O rebanho no Estado chega a 10 milhões de cabeças, sendo que 7 milhões são de corte e aproximadamente 3 milhões gado de leite. São 100 mil produtores de leite e 377 laticínios. No consumo, o leite em pó de 400 gramas subiu de R$4,68 em julho de 2006 para R$5,65 em julho deste ano. Nos mesmo período, o leite longa vida teve crescimento de 50%, passando de R$1,37 para 2,04; e o leite C (de saquinho) aponta aumento de 33,6%, de R$1,07 para R$1,43. “Isso melhora a qualidade de vida da população rural”, diz Mezzadri.

“O aumento nos preços refere-se a dois fatores principais. O primeiro é porque na época de inverno há menos pastagem para os animais, caindo em torno de 20% a 30% a produção de leite. Além disso, no mercado externo, dobrou o preço do leite em pó, além de diminuir a oferta no mercado interno. Também há disputa nos laticínios pelo leite em pó e pelo queijo. Grande parte do leite que ficava no Estado agora vai pra fora”, explica o técnico.

Fonte: SEAB

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