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Mercado de pequenos animais cresce 20% ao ano


Publicado em: 27/04/2007 08:33 | Categoria: Geral

 



Para o presidente do Kennel Club de Londrina, Maurício Pinelli, o mercado de cães têm grande potencial de crescimento, embora o número de registros tenha sido menor no ano passado do que em 2005. O registro - ou o pedrigree - é importante porque atesta a ""linhagem"" do animal e traz referências sobre seus pais e avós e os títulos obtidos pelos ascendentes. Na área de abrangência do Kennel Club - que engloba as regiões Norte, Noroeste e parte do Centro -, em média, são registrados cerca de 1,1 mil animais por ano. São cerca de 70 associados, todos criadores.

""O número de registros pode ter caído porque menos criadores estão acasalando animais de maior porte que, geralmente, têm mais filhotes por ninhada"", explica Pinelli. A entidade defende a compra de animais de criadores, geralmente, mais preocupados em fazer o aprimoramento genético da raça. Essa ""preocupação"" em tese garantiria que ao exemplar o máximo das características esperadas para a raça como a cor e o tipo da pelagem, formato das patas, altura, peso ou manchas no peitoral. Já os animais acasalados indevidamente podem desenvolver doenças genéticas com até um ano de idade.

E, neste quesito, os animais estão cada vez mais parecidos com os humanos. Os cães podem ter hidrocefalia, problemas ósseos, cardíacos, de pele, nas articulações e distúrbios de temperamento. ""Se o cachorro for adquirido de um criador e der algum problema, ele vai ressarcir o proprietário. O pedigree do cão será recolhido e o animal será substituído por outro"", garante Fernando Augusto Rossi Freitas, médico-veterinário e criador há 17 anos. Ele cria oito raças: são bernardo, boxer, american stassordshire terrier, lhasa apso, shih tzu, pug e terrier brasileiro (conhecido por fox paulistinha).

Modismo

A criação de cachorros também segue as leis da moda. E a mídia tem papel fundamental neste processo. Se uma determinada raça aparece em um filme de sucesso ou em novelas a procura por filhotes sempre aumenta. E, neste caso, aumenta também o número de criadores. ""Temos os criadores e os "cachorreiros". Se há muita gente criando, os filhotes perdem a qualidade porque o interesse de muitos está apenas na comercialização e não no aprimoramento da raça"", observa Maurício Pinelli. Atualmente, as raças em destaque, segundo ele, são golden retriever, west highland white terrier e bernese mountain dog.

Já o pug e o bulldog inglês sempre alcançaram bons preços. A explicação é que as raças são de difícil acasalamento, o nascimento dos filhotes também apresenta dificuldades e a ninhada é pequena. Geralmente, o parto tem que ser feito através de cesárea, o que eleva o custo dos filhotes. ""O doberman foi muito procurado entre os anos 70 e 80 e agora é difícil encontrar; o rottweiler também teve o seu boom no ínicio dos anos 2000 e agora está em baixa. Os modismos ocorrem de tempos em tempos"", comenta o presidente do Kennel Club.


Pedigree garante padrão esperado para a raça

Como em qualquer tipo de negócio é importante seguir alguns cuidados para não comprar ""gato por lebre"". A funcionária pública Glaucinele Gonçalves Lopes, por exemplo, comprou uma cadela yorkshire, apelidada de Mel, por R$ 1,1 mil em um pet shop da cidade, com a garantia de que o animal teria pedigree. No entanto, oito meses após a compra o registro ainda não lhe foi entregue. Além disso, uma visita a um outro médico-veterinário trouxe uma surpresa, no mínimo, desagradável: a revelação de que a cachorra não segue o padrão esperado para a raça.

Segundo o veterinário, Mel seria mais pesada do que os exemplares fiéis da raça e teria as orelhas caídas, enquanto os yorkshire teriam as orelhas retas. Na avaliação do profissional, a cachorra não deveria ter custado mais do que R$ 500. ""Estou só esperando o laudo do veterinário para impetrar ação judicial cobrando a diferença do valor pago e danos morais. Não é pelo dinheiro, mas acredito que fui enganada porque paguei por uma cachorra que deveria ter o padrão da raça"", afirma Glaucinele.

Ela conta que o pet shop afirma que a cadela tem pedigree, mas que o registro ainda não foi entregue por problemas com a entidade que libera a documentação. A funcionária pública ainda lembra que o animal já adoeceu diversas vezes e os gastos para o seu tratamento somam cerca de R$ 600. ""Demos todas as vacinas recomendadas, todas importadas, o tratamento da Mel era feito no mesmo pet shop da compra e eles sempre falavam que a raça é sensível e frágil. Ao contrário do veterinário, que diz que a raça é bem resistente"", comenta.

Preços de cães podem chegar a R$ 4 mil

A princípio, os preços dos filhotes podem assustar. O custo dos cães registrados (com pedigree) pode variar de R$ 200 a R$ 2 mil, conforme a raça. Se o animal for destinado à exposições ou competições, esses valores podem ser várias vezes multiplicados. As cifras parecem um tanto altas, principalmente, para as pessoas que não conhecem o mercado. Mas o preço de um filhote é formado a partir de variáveis como características próximas do padrão da raça, modismos, quantidade de filhotes por ninhada e até dificuldades no parto.

Segundo o presidente do Kennel Club de Londrina, Maurício Pinelli, em média, os preços dos cães de companhia estão de R$ 500; já o custo das raças mais valorizadas ou as que estão na moda variam de R$ 1,2 mil a R$ 1,5 mil. Já os preços dos cães para exposição estão em um outro patamar - entre R$ 3,5 mil e R$ 4 mil. Além disso, o mercado também é influenciado por uma velha lógica: a oferta e a procura. Isso significa que quanto menos criadores, maior o preço dos filhotes; ou quanto mais criadores, menor será o custo.

Mas não é só de bons preços que vive o mercado pet. Segundo Freitas, também está havendo um crescimento nas adoções de cães sem raça definida, que estão abandonados. ""As pessoas estão com uma necessidade maior de companhia, independente, da raça"", comenta o médico-veterinário Fernando Augusto Rossi Freitas.

Cuidados - Como o investimento com um cãozinho é relativamente alto, é importante tomar alguns cuidados no momento da compra de um filhote para garantir um exemplar fiel ao padrão da raça. Dicas de bons criadores e bons animais podem ser obtidas em sites que informam os cães que ganham títulos em exposições e nos rankings nacional e nos estaduais de criadores, além de revistas especializadas. Além disso, é importante procurar um veterinário de confiança antes de comprar um filhote - que pode informar se o animal escolhido tem os padrões da raça -, fazer um bom contrato de compra e venda e até consultar o Procon, que poderá informar se já foi feita alguma reclamação contra o pet shop. 

Em rentabilidade, mercado pet está entre os primeiros

O mercado de cães está diretamente ligado ao comportamento humano. Com a mudança de mentalidade, de que o cachorro deveria ser exclusivamente para guarda, e a introdução da cultura do cão de companhia houve a abertura de um grande mercado consumidor. Em Londrina, por exemplo, é visível o crescimento dos pet shops, que contam com uma infinidade de acessórios. ""No mundo, os mercados que mais movimentam dinheiro são drogas e armas, em primeiro; sexo, em segundo; e o pet"", afirma o médico-veterinário Fernando Augusto Rossi Freitas.

Segundo o médico-veterinário Leandro Augusto de Oliveira - há 11 anos criador das raças west highland white terrier e boxer - as pessoas estão em busca de um animal de estimação. ""Os cães são muito bem tratados, como membro da família mesmo. Hoje temos um novo perfil de proprietários de cães"", salienta. Estão ""em alta"" animais de porte menor, para viver em apartamentos. São animais com mais facilidade de adaptação em pequenos espaços porque têm menor necessidade de movimentação. Além disso, alguns cães latem menos e não precisam de muita atenção do dono.

Fonte: Folha de Londrina

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