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50 anos de regulamentação da Zootecnia no Brasil


Publicado em: 04/12/2018 13:50 | Fonte/Agência: CFMV

 


Hoje os 17,5 mil zootecnistas brasileiros comemoram os 50 anos de regulamentação da sua profissão no País. A Lei nº 5.550, publicada em 4 de dezembro de 1968, veio para dar segurança jurídica aos profissionais que, desde a década de 20, já atuavam nas mais variadas fases da produção animal, garantindo a segurança alimentar da população, o bem-estar dos animais, e a sustentabilidade ambiental.

Nesses últimos 50 anos, a Zootecnia avançou muito em todas as áreas, como no melhoramento genético animal, nutrição animal e na Zootecnia de Precisão, que utilizam recursos tecnológicos para obter as condições ideais de manejo, gerando animais de alta qualidade. 

Os zootecnistas integram a cadeia produtiva do agronegócio, atuando nos criatórios de animais de produção, na gestão das propriedades rurais, no manejo das pastagens e na conservação do meio ambiente. 

São profissionais presentes nas indústrias de ração, buscando o constante aperfeiçoamento da nutrição animal.

Ainda planejam e administram eventos agropecuários, mas também estão nos laboratórios, no ensino e na pesquisa em produção animal, com forte influência, inclusive, na área de comportamento e bem-estar animal.

O zootecnista Mateus Paranhos é membro da Comissão de Bem-Estar Animal, do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), e é referência no meio acadêmico pelos seus projetos de pesquisa e extensão em bem-estar animal no Brasil e em outros países da América Latina. Paranhos tem mais de 80 artigos científicos publicados e já foi nomeado quatro vezes (de 2013 a 2016) pela Revista Dinheiro Rural, como uma das cem pessoas mais influentes do agronegócio brasileiro.

A renomada mestre e doutora em Zootecnia norte-americana, Temple Grandin, também se tornou referência mundial em bem-estar animal. Suas metodologias revolucionaram o mercado internacional com boas práticas de manejo de bovinos em fazendas e abatedouros, reduzindo o índice de acidentes.

Mercado

A comercialização de insumos e produtos zootécnicos é um segmento que demanda cada vez mais a participação dos profissionais da área.

“O zootecnista é hoje o profissional do agronegócio que faz o elo fundamental da comercialização embasada em dados técnicos, com a experiência de campo”, revela o zootecnista e presidente da Câmara Técnica de Zootecnia do CFMV, Fábio Holder.

Na genética, por exemplo, só cresce o número de centrais de inseminação artificial, transferência de embriões, fecundação in vitro, todas ferramentas fundamentais para o sucesso do moderno agronegócio.

Na comercialização, o zootecnista também está nos leilões rurais, como leiloeiros rurais, prestando a assessoria dos eventos, a escolha de animais, o controle de lotes e a confecção de dados técnicos para catálogos e marketing de venda.

“Antes produzíamos e o mercado comprava. Agora continuamos a produzir, damos confiança e aval da qualidade da produção e fomentamos novos clientes”, explica Holder.

Em virtude da atuação dos zootecnistas, acredita Holder, os produtos de origem animal são produzidos no Brasil em ambiente equilibrado e com moderna tecnologia, representando importante papel na geração de renda para o País e na manutenção da segurança alimentar.

Educação

Atualmente, existem 119 cursos de Bacharelado em Zootecnia ativos no Brasil. De acordo com a presidente da Comissão de Educação em Zootecnia, do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Ana Cláudia Ambiel, é possível perceber o crescimento da criação de cursos de Zootecnia nas regiões mais extensas e menos populosas do país, partindo do centro para as regiões mais a norte e nordeste.

“São localidades onde os cursos tendem a crescer para atender a demanda de uma nova geração emergente da população brasileira desejosa por educação e formação profissional, que permita a melhoria da sua condição de vida”, opina Ambiel.

Este deslocamento do surgimento de novos cursos está diretamente relacionado à descentralização do ensino de Ciências Agrárias proposto, acredita a presidente.

“Os cursos criados nas últimas décadas estão em franco processo de consolidação de seus projetos, tanto na dimensão pedagógica, quanto política”, afirma.

Como professora e coordenadora de cursos de graduação e de pós-graduação de Zootecnia, Ambiel enxerga que ainda há necessidade de ampliar a projeção e inserção da profissão no contexto da sociedade.

“A Zootecnia constitui-se em ciência e arte de construir saberes e formar pessoas para o desenvolvimento da nação de muitas cores, sabores, etnias, biomas, diferenças e oportunidades”, revela a professora. “E daí a necessidade ampliar seu reconhecimento imaginário e na vida cotidiana das pessoas”, reforça.


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