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Uso de cobaias divide cientistas


Publicado em: 02/06/2008 09:32 | Categoria: Geral

 



Com o avanço das pesquisas com células humanas e as possibilidades – ainda inexploradas, porém promissoras – das células-tronco, os questionamentos à experimentação animal tomaram corpo, alavancados também pelos movimentos de defesa dos animais, e têm provocado mudanças na legislação que regula o tema. Hoje, a principal questão a ser respondida pelos cientistas é se há alternativas viáveis para a substituição do uso de cobaias.


O professor de embriologia e presidente do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (Cobea), Marcel Frajblat, diz que não. “Há métodos sendo desenvolvidos, mas eles têm de ser validados pela comunidade científica.” Para ele, o resultado obtido com métodos alternativos tem de ser parecido ou igual ao dos testes animais – o que, segundo ele, ainda não acontece. “O cultivo de células pode ser utilizado para alguns experimentos, mas não se pode avaliar o batimento cardíaco de um cultivo de células. Quando você compara com o animal, as alternativas são extremamente limitadas.”


Para a pesquisadora em fisiologia renal da Universidade de São Paulo (USP), Nancy Rebouças, alternativas como a cultura de células não dão conta de representar o organismo como um todo. “A célula, isoladamente, vai ter um padrão de funcionamento que não é o mesmo de quando está no organismo, em contato com outras.” Mesmo as pesquisas com células-tronco, para eles, não são tidas como suficientes para o desenvolvimento de alternativas. “Ainda tem muita coisa a ser descoberta e vamos precisar inclusive dos animais para entender como elas se desenvolvem”, diz Frajblat.


O cientista lembra que os benefícios produzidos pela experimentação animal são inúmeros, como a descoberta de vacinas, o desenvolvimento de pesquisas genéticas e da fertilização in vitro. “Hoje, se você compra um colírio ou xampu, tem certeza de que o produto não vai causar problemas porque foi testado em animais.”


O professor de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretor do Comitê de Ética em Experimentação Animal da instituição, Humberto Oliveira, concorda com Frajblat: “A experimentação animal tem como objetivo o bem-estar do homem e do próprio animal. Milhares de vidas foram poupadas com a descoberta de agentes infectantes e com o desenvolvimento de medicamentos, vacinas, meios de controle epidemiológico, técnicas diagnósticas e cirúrgicas, além de tantas outras medidas terapêuticas que foram alcançadas com as pesquisas em animais”.


Frajblat esclarece que a experimentação animal só é utilizada por uma questão de necessidade e quando bem justificada. “Não é pegar o animal e fazer qualquer coisa.”



Fonte: G1
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