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A Empregabilidade do Médico Veterinário no Setor Público na Região Oeste do PR


Publicado em: 03/06/2011 12:25 | Categoria: Geral

 

Artigo

Este estudo teve por objetivo realizar o levantamento da empregabilidade do médico veterinário na região Oeste do Paraná, através da elaboração de um diagnóstico atual da situação do emprego nas intuições públicas, levando-se em consideração as prefeituras dos 50 municípios sob jurisdição da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (AMOP). Este levantamento foi realizado no período de 1º a 30 de junho de 2009.

Características regionais

A região Oeste do Estado apresenta o maior Valor Bruto da Agropecuária paranaense, porém é também a que possui as mais extremas disparidades, entre os 50 municípios, tanto em população quanto no seu Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), juntos estes municípios possuem um PIB de R$ 16.231.296.235,00.
Entre os municípios do Oeste, e com as mais acentuadas diferenças de renda e população, encontra-se o município de Foz do Iguaçu com uma população de 331.336 mil habitantes e um PIB de R$ 5,5 bilhões. A cidade com o menor PIB é Diamante do Sul, com R$ 20.414.050 e uma população de 3.665 habitantes. Iguatu, o menos populoso, com 2.286 habitantes.
A região Oeste do Paraná conta com três instituições de ensino em Medicina Veterinária e Zootecnia e possui atualmente cerca de 400 médicos veterinários, sendo que somente 15% atuam nas prefeituras. Os outros 85% atuam em instituições públicas estaduais, federais e nas demais áreas da Medicina Veterinária.
 

Tabela 1: Relação da População, Renda Per Capita e PIB

Município

População

PIB per Capita

PIB Total R$

Iguatu

2.250

11.609

26.538.174

Diamante do Sul

3.659

5.570

20.414.050

Foz do Iguaçu

313.000

17.688

5.506.911.168



Fonte: Ipardes, IBGE.


Dados levantados nos 50 municípios da região oeste demonstram que 32% das prefeituras não possuem médico veterinário, ou seja, das 50 prefeituras da região 16 não possuem em seu quadro funcional o profissional.


Com relação ao Serviço de Inspeção, os dados sinalizam que somente 54% destes municípios tem implantada a atividade, representando 27 prefeituras.

Os levantamentos realizados indicam que a principal área de atuação pública do médico veterinário nos municípios está ligada à vigilância sanitária, seguida pelos programas de inseminação artificial para bovinos leiteiros e serviços de inspeção. Para o segmento privado, a atuação do médico veterinário ocorre principalmente em cooperativas, com atuação nas cadeias produtivas do frango de corte, suínos, bovinocultura de leite e de corte.
A pesquisa revelou, ainda, que os investimentos das prefeituras na contratação de profissionais da área veterinária, para atuação nos programas de inseminação artificial, trouxe significativo desenvolvimento ao setor. Prova deste desenvolvimento pode ser verificada na região Oeste onde se localiza os municípios de Marechal Cândido Rondon, Toledo e Cascavel, como os maiores produtores de leite do Estado do Paraná. Também nesta região, encontra-se a fazenda posicionada como a 23º no ranking nacional de maior produtora de leite do País.
Merece destaque e representa significativa importância para os municípios da região, os programas e incentivos ao desenvolvimento de pequenas e médias agroindústrias de laticínios, abatedouros de bovinos, suínos, ovinos, caprinos e aves, distribuidoras de carnes, fábricas de embutidos e defumados, distribuidoras e granjas de ovos, abatedouros de peixes e entrepostos de mel. Estes segmentos representam para os médicos veterinários um importante mercado de trabalho como responsáveis técnicos destes estabelecimentos.
Outro ponto que também merece atenção nos municípios que não possuem o médico veterinário é a ausência da saúde pública preventiva. Atividade esta desenvolvida pela vigilância sanitária por meio de fiscalizações em estabelecimentos prestadores de serviços de saúde e de alimentação. A falta de técnicos nas atividades de inspeção sanitária propicia o abate e o comércio de carnes, embutidos e leite não inspecionados.

Diante destes dados, procurou-se diagnosticar as principais causas do baixo número de médicos veterinários com empregos nas prefeituras da região:
a) diante do baixo PIB das prefeituras, dos micro e pequenos e municípios, os prefeitos tem priorizado a contratação de profissionais da área de saúde curativa como enfermeiras e médicos; e
b) muitos profissionais tem resistido a oferta de emprego nos pequenos municípios, diante dos baixos salários oferecidos, pela falta de disponibilidade de moradia e dificuldade para atualização profissional.


 

João Carlos Koehler
Médico Veterinário do Serviço de Inspeção Municipal de Cascavel
Delegado Regional de CRMV-PR/ Especialista em Saúde Pública



 


 

 


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